Para abrir a agenda de exposições de 2025, o Espaço de Poéticas recebe o “Linhas da FaE”, coletivo de bordado livre em defesa da educação pública, um projeto de extensão da Faculdade de Educação da UFMG. A mostra estará aberta para visitação até o dia 15 de março de 2025.
Nas palavras das coordenadoras do projeto, Álida Alves Leal e Daniele de Sá Alves, o coletivo entende que “a prática do bordado dialoga com o que há de mais potente na Educação popular: a formação humana numa perspectiva emancipatória, percebendo os sujeitos como incompletos, que se educam entre si, mediados pelo mundo.”
É a partir dessa perspectiva que a mostra partilha com o público visitante trabalhos realizados pelo grupo ao longo dos três últimos anos de atuação, além de convidar o espectador a também participar da exposição bordando um trabalho de composição coletiva. “Nossa proposta é que este suporte colaborativo possibilite colocar em movimento ideias, referências, sentidos e afetos.”
A exposição explora a técnica do bordado livre de diferentes formas e sobre variados suportes, como o tecido, o papel e o livro, um convite para o público
apreciar e perceber o detalhe de cada ponto feito pelas múltiplas mãos que compõem a mostra.
O coletivo “Linhas da FaE” advém de uma experiência online construída durante a pandemia de COVID-19, em 2021, quando um grupo de docentes e discentes da Faculdade de Educação (FaE/UFMG), junto com público externo, produziu um “Dicionário bordado” em homenagem ao centenário de Paulo Freire, posteriormente transformado em um livro virtual e em uma exposição presencial no espaço Arteducação da FaE/UFMG, intitulados “Entre a linha e a palavra: bordados para Paulo Freire”. Com o retorno das atividades presenciais em 2022, a mobilização do grupo ganhou força e docentes da referida Faculdade se organizaram para constituir o Coletivo, que visa a defesa da Educação pública em um cenário de ataque aos direitos da população brasileira. Uma das inspirações para a criação do projeto reside no trabalho das arpilleras da resistência chilena, expressão estética e política do bordado. Ainda como inspiração para o projeto de extensão, destaca-se a experiência de Coletivos criados em diferentes cidades do Brasil, conectados em um grande novelo, cuja iniciativa primeira é a do Coletivo “Linhas do Horizonte”, do município de Belo Horizonte/Minas Gerais. Inspirados em tal iniciativa, outros grupos foram criados em diferentes regiões do Brasil, tais como: “Linhas do Rio”, “Linhas de Santos”, “Linhas do Mar”, “Linhas de Porto Alegre”, “Linhas da resistência”. Com foco na defesa ambiental, o projeto “Linhas das montanhas – bordando águas” também ganha destaque. Dentre tantas possibilidades advindas da prática do bordado, salientamos o exercício da alteridade, que encontra lastro no que Luciana Brandão (2010) chamou de “Pedagogia da dádiva”: a possibilidade e a boniteza de compartilhar o que se sabe e aprender o que não se sabe; em situações marcadas por trocas e reciprocidades.
Os encontros do Projeto de extensão “Linhas da FaE: coletivo de bordado livre em defesa da educação pública” são abertos a toda a comunidade da UFMG, e também externa, e acontecem semanalmente no período de cada semestre letivo, entre 17 e 19 horas na Faculdade de Educação.
Acompanhe o projeto e também os espaços expositivos da FaE pelo Instagram: @linhasdafae @espacoarteducacaofaeufmg @espacodepoeticasfaeufmg
Ficha técnica: Universidade Federal de Minas Gerais:
Reitora: Sandra Regina Goulart Almeida
Vice-reitor: Alessandro Fernandes Moreira
Faculdade de Educação:
Diretora: Andrea Moreno
Vice-diretora: Vanessa Ferraz Almeida Neves
Espaço de poéticas:
Coordenadores: Daniele de Sá Alves e Jardel Sander
Produção e montagem:
Adriana Hsslabecor
Thalita Amorim
Projeto de extensão: Linhas da FaE
Coordenação geral: Alida Alves Leal e Daniele de Sá Alves
Co-coordenação: Filipe dos Santos Fernandes, Maria de Fátima Almeida Martins e Renata Pereira Lima Aspis
