Resumo Curto:
Essa pesquisa tem como objetivo compreender o desenvolvimento cultural de bebês e de crianças em um contexto coletivo de cuidado e de educação. Foi feito um levantamento bibliográfico, durante janeiro e março de 2020, sobre o tema relações de gêneros na Educação Infantil.
Resumo Expandido:
O presente estudo está inserido em um programa de pesquisa que tem como objetivo compreender o processo de desenvolvimento cultural de bebês e crianças pequenas em um contexto coletivo de cuidado e educação. Para tanto, uma turma de crianças é acompanhada ao longo de sua trajetória em uma Escola Municipal de Educação Infantil (EMEI Tupi) a partir das abordagens teórico-metodológicas da Psicologia histórico-cultural e da Etnografia em Educação. Tal programa teve início em 2017, momento em que os bebês (entre sete e dez meses) ingressaram na EMEI Tupi. O material empírico é produzido pelo grupo de pesquisa por meio de observação participante, notas de campo, videogravações e entrevistas. Neste trabalho, em particular, foi feito um levantamento bibliográfico, durante os meses de janeiro e março de 2020, sobre o tema relações de gêneros na Educação Infantil, a fim de compreender como esse conceito está sendo operacionalizado nas pesquisas acadêmicas do campo da Educação Infantil. O processo de levantamento bibliográfico foi executado de janeiro a março de 2020, nas plataformas Sciello e Portal de Periódicos Capes. Foram encontrados 41 artigos a partir da combinação do descritor “gênero” com os descritores “criança”, “educação infantil”, “creche”, “infância”, “Vigotski” e “Psicologia Histórico-Cultural”. Durante o processo de leitura dos trabalhos encontrados, agrupei-os de forma que houvesse um diálogo entre os temas discutidos. As análises iniciais dos trabalhos permitem afirmar que gênero tem sido discutido de diversas formas. Palmen e Esteves (2018), por um lado, argumentam que gênero é um construto exclusivamente cultural e que possui uma relação estrita com a biologia, o que pode ser questionado por Silva e Bertuol (2015). Essas autoras defendem que o corpo possui um papel na biologia e na cultura, ou seja, é a partir do corpo que as crianças vão se identificar dentro da cultura. Por outro lado, gênero também pode ser compreendido como um construto social, apropriado a partir das interações estabelecidas com outras crianças e adultos em determinado contexto cultural, como argumenta Neves (2008). O gênero é uma forma pela a qual a criança passa a se identificar e participar de um grupo, bem como criam maneiras de transgressões, a fim de dialogar com os estereótipos de gênero, por meio de questionamentos e resistências, tensionando as barreiras de gênero. Após esse levantamento bibliográfico, realizei uma busca no Banco de Dados da pesquisa do ano de 2019 com o objetivo de selecionar eventos em que as relações de gênero fossem explicitadas (por crianças ou por adultos). Cinco eventos foram selecionados e serão analisados na continuidade dessa pesquisa.
Referências Bibliográficas:
NEVES, Vanessa Ferraz Almeida. Gênero, sexualidade e Educação Infantil : conversando com mulheres, meninas e meninos. Revista Paideía, v. v, n. 4, p. 147–168, 2008.
PALMEN, Sueli Helena de Camargo.; ESTEVES, Vivian Colella. A constituição das creches nas universidades públicas estaduais paulistas: as relações de gênero e os direitos da mulher e da criança pequena – a busca por novas práticas Resumo: Revista zero-a-seis, v. 20, n. 37, p. 58–75, 2018.
SILVA, Denise Regina Quaresma da Silva; BERTUOL, Bruna. Estás sempre chorando, tu é de açúcar? pedagogias de gênero na educação infantil. Revista Iberoamericana de Educación, v. 68, p. 137–150, 2015.