Resumo Curto:
A pesquisa tem como objetivo sistematizar e divulgar novos conhecimentos sobre o setor mineral resultantes do diagnóstico e do confronto entre saberes disciplinares com os saberes de experiência produzidos no e pelo trabalho, visando caracterizar as atividades minerárias, seus ofícios e o perfil sóciodemográfico dos trabalhadores da mineração. Considerando heterogeneidade da produção mineral e multiplicidade de funções e ofícios que nela se desenvolvem, a definição de “ser mineiro” se torna mais complexa. Para captar a diversidade das unidades produtivas e suas atividades mineradoras, foram escolhidas três áreas de Minas Gerais: Área A (Pedro Leopoldo, Matozinhos, Vespasiano e Confins) devido à variedade de processos envolvidos na produção de calcário, determinados pelo seus variados usos; Área B (Congonhas) mostra a produção de minérios de alto valor econômico e; Área C (Ouro Preto) mostra a heterogeneidade da mineração em diferentes substâncias: ouro, gemas, ferro. Visando caracterizar as unidades produtivas, juntamente com os ofícios e os trabalhadores nela implicados, foi realizado um levantamento em documentos acadêmicos e dados das entidades governamentais e privadas que representam tanto os trabalhadores quanto a atividade mineral empresarial na área estudada.
A produção minerária da área foi caracterizada segundo os direitos minerários (tipo de direito, área, empresa, substância e uso) através de dados da ANM (Agência Nacional de Mineração). Foram sistematizadas informações sobre métodos de extração e beneficiamento praticados nas regiões estudadas com o objetivo de mapear ofícios e saberes envolvidos na atuação do profissional na cadeia produtiva da mineração.
Resumo Expandido:
A pesquisa tem como objetivo sistematizar e divulgar novos conhecimentos sobre o setor mineral resultantes do diagnóstico e do confronto entre saberes disciplinares com os saberes da experiência produzidos no e pelo trabalho, de modo a caracterizar as diferenças e semelhanças nas atividades produtivas, nos ofícios e no perfil sóciodemográfico dos trabalhadores da mineração. No entanto, como nas diversas unidades produtivas de extração, beneficiamento e transporte de bens minerais atuam trabalhadores cumprindo múltiplos ofícios e funções, a definição do que é “ser mineiro” torna-se mais complexa. Além disso, os diagnósticos publicados pelos órgãos governamentais e outras entidades públicas e privadas não captam a diversidade das unidades produtivas, muitas delas informais, bem como deixam obscuro o perfil dos trabalhadores da mineração.
Constata-se que os diferentes tipos de ofício ou funções guardam relação com as formas de organização do trabalho, com aspectos relacionados ao tipo de jazida, de minérios, e as relações sociais estabelecidas nas minas de pequeno, médio e grande porte. No entanto, um ponto nevrálgico quanto ao estudo das atividades extrativas minerais refere-se às limitações dos diagnósticos do setor, mesmo os publicados por órgãos oficiais: além das 9.058 minas cadastradas pela ANM (Agência Nacional de Mineração), distribuem-se em todos os estados dezenas de milhares de lavras ilegais de materiais para a construção civil, metais preciosos, gemas e minerais industriais, cuja contabilidade é pouco conhecida, da mesma forma que o número de trabalhadores nestas unidades produtivas.
As unidades produtivas escolhidas para estudo se encontram em três regiões de Minas Gerais: a Área A contendo os municípios de Pedro Leopoldo, Matozinhos, Vespasiano e Confins, produz calcário e é representativa devido à variedade de processos envolvidos em sua produção, determinados pelo seus variados usos; a Área B mostra a produção de minérios de alto valor econômico (Congonhas) e a Área C mostra a heterogeneidade da mineração em diferentes substâncias, com destaque para gemas (Ouro Preto). Visando caracterizar as unidades produtivas, juntamente com os ofícios e os trabalhadores neles implicados, foi realizado criterioso levantamento. A produção minerária foi caracterizada segundo os direitos minerários (tipo de direito, área, empresa, substância e uso) através de dados da ANM, de documentos acadêmicos (artigos) e dados das entidades governamentais (extinto MTE; entre outros) e privadas (Informes corporativos empresarial e sindical) que representam tanto os trabalhadores quanto a atividade mineral na área estudada. Nesta pesquisa registrou-se também métodos de extração e beneficiamento praticados nas áreas estudadas, para assim mapear ofícios, saberes e atuação do profissional na cadeia produtiva da atividade minerária.
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